Hoje é 31 de março!!!
Essa data pode não significar absolutamente nada pra muita gente. Mas pra quem tem um pouquinho mais de 30 e não viveu alienado... não dá pra esquecer. 42 anos de "revolução"!
Dou graças a Deus por ter nascido em 65... porque se fosse um pouco antes... certamente não estaria aqui hoje. Mesmo sendo filha de militar - e talvez até mesmo por isso - nunca aceitei a realidade do Brasil durante minha adolescência. Digo que se fosse um pouco mais velha, não estaria aqui, porque certamente teria me engajado na luta política e só Deus sabe o que teria acontecido.
Às vezes encontro pessoas que viveram os "anos de chumbo" sem nem perceberem. E acho tão estranho... como se vive assim, alienado. Ignorar a falta de liberdade - especialmente a de expressão - é algo tão... tão... nem encontro a palvra pra usar.
A liberdade de hoje não era nem sonhada! Imaginar escrever o que se quer, e ver publicado uma rede mundial... impossível! Lembro que ouvia as músicas proibidas de Chico e Caetano em fitas cassete gravadas clandestinamente por primas e colegas... e num volume mínimo, imagina se meu pai soubesse? Seria "Cálice" ou "Cale-se!"???
Não nego que são emoções que guardo com carinho. Sofrer com Zuzu Angel pela morte de seu filho e ficar "arrepiada" ao ouvir "Angélica", desejar gritar "Apesar de você"... enxergar a realidade claríssima em "Acorda, amor" e "Meu caro amigo", chorar ao me comparar com Caetano em "Debaixo dos caracóis" (eu também estava de uma certa maneira exilada, em meus 17 anos longe de casa...) e vibrar com "Vai passar", que na primeira vez que ouvi, parecia ser algo conhecido, algo que eu já sabia.
Por tudo isso, agradeço por ter nascido nessa época. Madura o suficiente para entender as coisas, questionar e dentro de mim lutar... e jovem demais pra me envolver de fato com a luta armada, e assim ser preservada de mais sofrimento.
E, acredite quem quiser, no meu primeiro ano em Recife, ainda vi "hasteamento de bandeira" para comemorar o aniversário da revolução! Com que raiva cantei o Hino Nacional naquele dia... E com que tristeza vejo hoje, a dancinha da tal Ângela Guadagnin aplaudindo a não-punição do coleguinha João Magno. Será que alguém pensa que a tão esperada liberdade dá esse direito???
31/03/2006
Dou graças a Deus por ter nascido em 65... porque se fosse um pouco antes... certamente não estaria aqui hoje. Mesmo sendo filha de militar - e talvez até mesmo por isso - nunca aceitei a realidade do Brasil durante minha adolescência. Digo que se fosse um pouco mais velha, não estaria aqui, porque certamente teria me engajado na luta política e só Deus sabe o que teria acontecido.
Às vezes encontro pessoas que viveram os "anos de chumbo" sem nem perceberem. E acho tão estranho... como se vive assim, alienado. Ignorar a falta de liberdade - especialmente a de expressão - é algo tão... tão... nem encontro a palvra pra usar.
A liberdade de hoje não era nem sonhada! Imaginar escrever o que se quer, e ver publicado uma rede mundial... impossível! Lembro que ouvia as músicas proibidas de Chico e Caetano em fitas cassete gravadas clandestinamente por primas e colegas... e num volume mínimo, imagina se meu pai soubesse? Seria "Cálice" ou "Cale-se!"???
Não nego que são emoções que guardo com carinho. Sofrer com Zuzu Angel pela morte de seu filho e ficar "arrepiada" ao ouvir "Angélica", desejar gritar "Apesar de você"... enxergar a realidade claríssima em "Acorda, amor" e "Meu caro amigo", chorar ao me comparar com Caetano em "Debaixo dos caracóis" (eu também estava de uma certa maneira exilada, em meus 17 anos longe de casa...) e vibrar com "Vai passar", que na primeira vez que ouvi, parecia ser algo conhecido, algo que eu já sabia.
Por tudo isso, agradeço por ter nascido nessa época. Madura o suficiente para entender as coisas, questionar e dentro de mim lutar... e jovem demais pra me envolver de fato com a luta armada, e assim ser preservada de mais sofrimento.
E, acredite quem quiser, no meu primeiro ano em Recife, ainda vi "hasteamento de bandeira" para comemorar o aniversário da revolução! Com que raiva cantei o Hino Nacional naquele dia... E com que tristeza vejo hoje, a dancinha da tal Ângela Guadagnin aplaudindo a não-punição do coleguinha João Magno. Será que alguém pensa que a tão esperada liberdade dá esse direito???
31/03/2006
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